Um
faminto crocodilo espreitava a margem de um rio caudaloso esperando a
travessia de um bando de gnus.
Ao ouvir o tropel ruidoso
dos gnus, começou a nadar para o meio do rio, quando, de repente,
bateu com as fuças em alguma coisa muito dura.
- De onde
saiu esta pedra grande? Não estava aqui ontem, como veio parar no
meio do rio?!!
Um hipopótamo, assustado com a narigada do
crocodilo, perguntou, abrindo a bocarra:
- De onde saiu
esse tronco de árvore pontiagudo, será que tem enchente a montante
do rio?!
O crocodilo, irritado, gritou com o
hipopótamo:
- Sai da frente, barril de banha, encalhado
aí vais me fazer perder a refeição que se aproxima a galope.
-
Veja como fala, pau d'água enrugado - retrucou furioso o hipopótamo
escancarando a bocarra assustadora.
Quando viu o tamanho
da boca do hipopótamo, o crocodilo bateu instintivamente em
retirada, gritando:
- Acabo de lembrar que esqueci a
escova de dentes e o fio dental para usar depois do almoço - tentou
desculpar-se, humilhado, o crocodilo.
- Sei, mas aqui
neste rio não tem almoço grátis, vai e não volta nunca mais -
escarneceu o possante hipopótamo.
- Antes a barriga vazia
do que cortada ao meio...- conformou-se o esfaimado crocodilo.
Moral
da fábula: em rio que tem hipopótamo, crocodilo não nada de
barriga cheia.
Porto Alegre, 23 de setembro de 2020.
Imagem:Google
edu cezimbra
Essa é uma das melhores parabolas tuas que li. Kkkkk
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