sábado, 22 de janeiro de 2022

A Coruja e o Quero-Quero

 


Coruja estava mais triste que coruja de tapera.

Como sempre corujava os arredores de olho grande nalgum rato desavisado.

Foi quando ouviu, ao longe, o alarido do Quero-Quero.

Era grande o alarido e Coruja deduziu.

- Tá grande o bochincho, vou lá corujar.

Acertou em cheio. Tinha quero-quero por todo lado na maior algazarra.

Estava animado o baile do Quero-Quero e animado ficou Coruja.

Foi se aprochegando e logo estava bailando assanhado no meio dos quero-quero.

Como era de se esperar foi notado pelo bando de quero-quero.

Era um gritedo de quero-quero alertando a presença de Coruja.

Cercado de quero-quero foi logo piando:

É de paz, eu vim de carancho, mas só corujar!

- Carancho não és, mas coruja em baile de quero-quero não passa sem ser notada.

Foi aí que a Coruja arriscou um dito popular:

Como é bom baile de quero-quero! - piou Coruja, se tapando de quero-quero.

Moral da fábula gauchesca: em baile de quero-quero carancho não entra.


Porto Alegre, 22 de janeiro de 2022.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

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