sábado, 29 de janeiro de 2022

O Bando e o Contrabando

 

Um dos membros do bando volta à "cena do crime" 50 anos depois.

O bando ia até a Banda Oriental do Uruguai fazer contrabando.

Embarcavam  em um espaçoso e possante Simca Chambord e se metiam pelo Pampa aberto rumo ao Quaraí, sempre por estradas vicinais.

- Pra fugir da fiscalização - dizia o chefe do bando.

Os outros membros do bando concordavam admirados com tanta astúcia.

E lá ia o velho Simca levantando pedra e poeira pelas estradinhas estreitas do interior gaúcho.

Havia paradas estratégicas para molhar os pés e as caras e arrefecer o calor do verão.

Ao chegarem próximo da fronteira retornavam à "carreteira" para adentrar na cidade.

Era tenso cruzar a ponte internacional porque havia as alfândegas brasileira e uruguaia para encarar.

Artigas, cidade uruguaia, era onde se comprava o contrabando.

Enchiam o bagageiro grande do carro com cerveja e carne uruguaias e de sobremesa traziam alfajores.

Também não podiam faltar as "galletas", as saborosas bolachinhas, e um "dulce de leche", para o lanche da volta para o Alegrete.

Apesar de todos os cuidados do chefe do bando eram parados pela fiscalização estadual.

Era preciso aliviar o bagageiro de algumas "Norteñas" para seguir a viagem com o resto do contrabando.

De volta para a base, o bando de contrabandistas comemorava  com uma boa churrascada e algumas "Norteñas" puro malte.

Mais que uma contravenção era uma diversão para os membros do bando, composto pelos tios, os primos e os sobrinhos, o contrabando na Banda Oriental do Uruguai, nas férias escolares de verão! 



Porto Alegre, 29 de janeiro de 2022.

Imagem: arquivo pessoal

Edu Cezimbra

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