"Brazil" é uma distopia completa.
Em que pese o nome e a "Aquarela do Brasil" como trilha sonora não se passa, nem de longe, no Brasil.
Todavia haja uma referência sutil ao passado colonial português e da herança maldita da burocracia dominante...
"Brazil" é mais uma paródia de "1984" do que uma sátira ao estilo do "Bruzundanga" de Lima Barreto.
Não surpreende que "Brazil" seja tão contemporâneo no que concerne ao estado pós-moderno em sua obsessão pela segurança nacional, consumismo e culto do individualismo.
"Brazil" é um lugar árido e poluído pela indústria pesada e os cenários são sombrios.
Os privilegiados formam uma casta que se locupleta no estado e os pobres são perseguidos como terroristas.
O diretor Terry Gilliam provoca o espectador ao máximo com o sonho de amor do protagonista.
Afinal, quem não sonha com esse grande amor, sentimento universal e revolucionário em épocas de ódio.
Mostra, também que o amor pode ser controlado e qualquer arroubo amoroso é punido severamente pela tecnocracia.
Embora proibido o amor, o sonho não acabou...
Porto Alegre, 15 de abril de 2023.
Imagem: cartaz do filme, Google
Edu Cezimbra
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