Todos deveríamos escrever nossa autobiografia.
- Se é nossa não é autobiografia - provoca um atento e raro leitor.
Corrijo-me, então: cada um deveria escrever sua autobiografia.
- Se é sua não é minha...
Pelos comentários irônicos noto que há um sinal de autodefesa neles...
Pois em defesa da autobiografia recordo que é uma forma de escrevermos nossas memórias sem precisar fazer uma autocrítica.
A memória, já disse o poeta, é uma mesa de edição, ao que acrescento: o diretor somos nós.
- Aí já vira ficção - dirá o leitor atento e raro.
Concordo - em parte -, quem disse que a ficção não tem muito de autobiográfico?
Então, se não quisermos escrever nossa autobiografia, julgando que isso é coisa de celebridades, que tal escrever ficção?
E, se meu caro e raro leitor falar que não sabe escrever eu lhe direi, no entanto, comece com suas memórias...
Porto Alegre, 14 de julho de 2023.
Imagem: Borges por Tulio Pericoli:
Edu Cezimbra
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