segunda-feira, 20 de maio de 2024

Diário do Dilúvio

 

Com o dilúvio diário resolvi escrever um diário do dilúvio.

Após mais de 15 dias de enchente grande do sul anoto umas impressões, molhadas, por óbvio...

O meu caro e raro leitor há de convir que diante da enxurrada de informações e de fake news fica difícil represar tanto sofrimento, aflição e desespero.

A cada imagem da catástrofe o coração aperta e rompe um dique de lágrimas.

O que conforta são os atos de solidariedade dos brasileiros.

Alguém falou que a solidariedade é horizontal, mas é bom não esquecer da verticalidade estatal...

De nada adiantaria a voluntariedade sem os recursos e a infraestrutura do estado brasileiro.

O irônico da situação catastrófica é que os mesmos que apregoavam o estado mínimo agora correm para debaixo das asas da galinha dos ovos de ouro estatal.

Salta aos olhos a falta de investimento em defesa civil no RS e não há como fugir da indiciação penal e moral de quem é responsável direto por essa omissão criminosa.

Nessas poucas e mal traçadas linhas deixo registrada a constatação de que há muito a ser lavado e enxugado. 

Depois do leite derramado na enchente não adianta chorar e o jeito é tomar café preto com pimenta...


Porto Alegre, 20 de maio de 2024.

Imagem:José Acuña

Edu Cezimbra

2 comentários:

  1. Muito bom seu texto. Sugiro a leitura do texto do pedrocardosoeumesmo no Instagram sobre o assunto. Achei certeiro. Abraço! Espero que fiquem bem!

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