Com o dilúvio diário resolvi escrever um diário do dilúvio.
Após mais de 15 dias de enchente grande do sul anoto umas impressões, molhadas, por óbvio...
O meu caro e raro leitor há de convir que diante da enxurrada de informações e de fake news fica difícil represar tanto sofrimento, aflição e desespero.
A cada imagem da catástrofe o coração aperta e rompe um dique de lágrimas.
O que conforta são os atos de solidariedade dos brasileiros.
Alguém falou que a solidariedade é horizontal, mas é bom não esquecer da verticalidade estatal...
De nada adiantaria a voluntariedade sem os recursos e a infraestrutura do estado brasileiro.
O irônico da situação catastrófica é que os mesmos que apregoavam o estado mínimo agora correm para debaixo das asas da galinha dos ovos de ouro estatal.
Salta aos olhos a falta de investimento em defesa civil no RS e não há como fugir da indiciação penal e moral de quem é responsável direto por essa omissão criminosa.
Nessas poucas e mal traçadas linhas deixo registrada a constatação de que há muito a ser lavado e enxugado.
Depois do leite derramado na enchente não adianta chorar e o jeito é tomar café preto com pimenta...
Porto Alegre, 20 de maio de 2024.
Imagem:José Acuña
Edu Cezimbra
Muito bom seu texto. Sugiro a leitura do texto do pedrocardosoeumesmo no Instagram sobre o assunto. Achei certeiro. Abraço! Espero que fiquem bem!
ResponderExcluirObrigado pela sugestão, vou conferir, e pelo carinho. Abraço.
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