quarta-feira, 11 de abril de 2018

Carteira de diversidade


- Sua identidade, por favor…

- Não tenho mais identidade.

- Perdeu?

- Sim, agora tenho diversidade!

- Como assim?!


Um diálogo desses, que eu saiba, é inédito. Mesmo quem “muda de sexo” pretende uma identidade social, nada mais justo.

O funcionário que pediu a “identidade” está exigindo a “carteira de identidade” do cliente, usuário, etc. Uns chamam como mesmo? RG, se não me engano… Deve ser “registro geral”, não?

Sem o RG, não posso prosseguir com o procedimento (nem mesmo a venda de uma passagem de ônibus, hoje em dia é comprada sem ele).

A identidade tem a ver com o que é idêntico, igual, certo?

O orgulho da mamãe é que o filho é idêntico ao papai...quando não o guri da música: “saiu igualzito ao pai”. Já imaginou se o guri “muda de sexo” que choque para o gauchão de Bagé!

Aí, acho eu, o RG deveria se chamar “carteira de diversidade” para ser politicamente correto... ou não? Acho que aí está mais para “politicamente incorreto”…

É comum mudar de nome, naturalmente. José vira Maria (sem alusão aos Zés Marias) …

Exceção é a cartunista Laerte, que “mudou de sexo” sem mudar o nome, mas aí é para manter o nome artístico.

Mas voltando à questão da identidade versus diversidade…

Diversidade tem a ver com divergente, não tem? Então, quem defende a diversidade opta mais pela liberdade do que pela igualdade, apanágio da identidade…

Um filósofo já falou que “sempre que a igualdade nos oprimir devemos lutar pela liberdade”, ou algo assim...nada mais verdadeiro no caso, concorda?

O recado é o seguinte: não precisa “mudar de sexo” para defender quem muda. 

O que está em jogo é a liberdade e a vida - e, sim, os direitos humanos...

Porto Alegre, 11 de abril de 2018.

Imagem: Portal Imprensa

Edu Cezimbra

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