quinta-feira, 26 de abril de 2018

Das arábias para o mundo


Palavras árabes são largamente usadas mundo a fora; recordo algumas de memória: algarismo, álcool, alambique, álgebra, alquimia, enfim palavras que denominam coisas, pessoas, animais, alimentos, todas descobertas e aperfeiçoadas pelo mundo árabe.

Para ter uma ideia da importância desse conhecimento árabe basta lembrar que durante a Idade Média europeia, todo o conhecimento dos gregos foi preservado pelos estudiosos árabes onde foi aplicado nas várias áreas do saber universal.

Posto isso, imagine se todas essas palavras fossem banidas de nosso vocabulário por serem árabes.

Pior ainda, proibir pessoas de outras nacionalidades de falar com árabes…

Pasme, mas hoje grassa no mundo ocidental uma fobia social contra os árabes. Cunhou-se até uma palavra: “islamofobia”.

Vamos colocar de outra forma: imagine a situação surreal de proibir o uso de algumas expressões tais como “direitos humanos”, "direitos trabalhistas”, “ocupação”, “arte”, “cultura” por afrontarem “a moral e os bons costumes”.

Então, tanto a “islamofobia” quanto a demonização de partidos, movimentos sociais, minorias têm muito em comum, pois são disseminadas por políticos que se dizem defensores da “ordem e progresso”, estimuladas pela mídia corporativa e repercutidas pelas redes sociais 

Fique registrado que esse tipo de manifestação preconceituosa não se limita aos árabes, também se estende a trabalhadores, indígenas, quilombolas, feministas, refugiados e imigrantes, todos os que ameacem não “a moral e os bons costumes” mas o “status quo” e o “establishment”.


Portanto, caro e raro leitor, é preciso estar atento e forte, valendo-nos de toda inteligência e coragem para coibir manifestações que agridam e ameacem nossa incipiente democracia. 

Não se pode transigir com o fascismo.


Porto Alegre, 26 de abril de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra

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