quinta-feira, 28 de junho de 2018

Febre do Rato


“Febre do Rato”, filme de Cláudio Assis, que também dirigiu “Amarelo Manga” e “Baixio das Bestas”, entre tantos outros, conta a história de um poeta.

Esse poderia ser o cartão de apresentação de Zizo, o “Poeta”, personagem interpretado pelo ator Irandhir Santos: poeta, anarquista, pichador e artesão mas, sobretudo, agitador.

Filme em preto-e-branco, rodado em Recife, denuncia todas as poluições que assolam as cidades brasileiras.

O esforço do Poeta em manter-se à margem (literal e figurativamente) da cidade estabelecida é demonstrado nas intervenções quixotescas nas ruas, pontes e rios que banham Recife.

O que mantém acesa a febre poética da personagem são seus amigos da periferia recifense que o inspiram com suas relações “pecaminosas” para a moral burguesa.

O “Poeta” imprime artesanalmente um fanzine de poesia chamado “Febre do Rato”, nome auto-explicativo. Sim, é preciso manter-se febril para percorrer as mazelas de uma cidade tão poluída, desigual e desumana.


O “Grito dos Excluídos” poético é o clímax do filme. Um manifesto contra a repressão (todas as repressões) que culmina em uma tragédia brasileira muito conhecida e pouco falada por ser da periferia.

Por esta e outras gosto muito do cinema pernambucano. Neste “Febre do Rato” faz a denúncia de todas as poluições e repressões sem perder a ternura e a poesia jamais...




Porto Alegre, 28 de junho de 2018.
Imagens: cartaz e cena do filme
Edu Cezimbra


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