Quem já não ouviu
ou não disse:
- Fulano é amargo,
Sicrana é um doce.
Agora, alguém já
ouviu?
- Beltrano é
salgado.
Engraçado, mas dois
sabores são preponderantes no gosto popular, o salgado e o doce.
O amargo ocupou o
lugar do salgado nessa adjetivação, será que o “sal da terra”
está em baixa?
- Ah sim, tem até
alguém que é “sem sal”, deixando tácito que há os “com
sal”…
Nessa hora, amargura
é que é o contrário da doçura, a “salgura” ficou de lado…
O azedo também tem
o seu lugar nessa galeria de sabores humanos: que pessoa azeda, dito
sempre para alguém já “conservado” no tempo.
Não podemos
esquecer o picante -, aí temos a nossa saudosa “Pimentinha”,
Elis Regina.
Os sabores, embora
sentidos em nossa vida cotidiana, na maioria das vezes não são
consentidos, como vemos...
Aí tem… isso é
caso para estudo, com muita investigação dos gostos humanos.
O que mais podemos
aventar nestes casos?
O amargo sabor da
derrota, a doçura de um beijo, a acidez de uma crítica, um
comentário picante e o salgado...o salgado… o preço salgado?
Péra, o preço é
salgado por que mesmo?
Porque dói no bolso
do freguês, certo?
Taí, o salgado dói…
ninguém gosta de sentir dor, todos tem muito medo da dor, então
deixa de lado o sabor salgado nessas adjetivações, por favor?
E o que dopa, o que
anestesia a dor? O doce, bingo!!!
“Com doçura, com
afeto”, pode acrescentar: sem sal, que dói…e “de amargo já
chega a vida”.
"E quem morre de gosto regala a vida", já dizia minha velha mãe, abraçada no açucareiro...
Porto Alegre, 2 de julho de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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