Não é de hoje que o mundo é assim.
O que não serve de consolo, pelo contrário...
Depois de tudo sobrou pouco para contar.
O que restou foi o que sobrou para os sobreviventes.
Quem sobreviveu já tinha uma longa experiência de viver de restos.
Os que tudo possuíam pereceram sob o peso do desespero.
Muitos morreram deprimidos, outros se mataram.
Para quem tinha tudo foi insuportável a perda total.
Não existe mais mercado.
As mercadorias viraram sucatas.
O lixo acumula mas não gera acumulação, aos poucos vai sumindo...
O dinheiro nada vale e por isso saiu de circulação.
Por isso sobreviveu quem já vivia no lixão: ratos, urubus, baratas e os miseráveis.
Confirma-se, assim, a tese de que mais forte que a inteligência é o instinto de sobrevivência.
Porto Alegre, 5 de junho de 2021.
Imagem:Estamira, Google
Edu Cezimbra
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