Autorama era brinquedo de primo rico.
Nosso "autorama" era raiz.
Nossos carrinhos de corrida eram de plástico, com tamanho suficiente para enchê-los de pedras.
Podia ser qualquer carrinho de plástico.
A corrida era democrática.
A pista de corrida era a quadra.
A partida era dada em frente ao bolicho do meu pai.
Ao invés da bandeirada, um dos "pilotos" gritava JÀ!!!
Após era correr desesperadamente puxando o carrinho por um barbante até a linha de chegada.
Não valia puxar o carrinho se ele capotasse.
Isso valia no início da corrida, depois valia tudo.
Ganhava quem chegasse na frente arrastando o carrinho de qualquer jeito.
De vez em quando, eu acordava de madrugada e ia treinar com meu carro de corrida em volta da quadra acompanhado do cachorro do meus tios.
Imaginem as caras dos vizinhos, despertando de madrugada com o "ronco" do motor e os latidos do cachorro...
Pena que o comitê olímpico não reconhece as corridas de carrinhos de plástico bolha...
Porto Alegre, 16 de junho de 2021.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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