sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Ao Sur do Sul

 


Sul... sur...

Meu sul tem muito de "sur".

Ir ao sul é ir ao encontro do "sur".

Orientar-se pela banda oriental do rio Uruguai.

É pernoitar em São Gabriel, onde morreu em combate Sepé Tiaraju, ouvindo histórias de vida de quem veio do Líbano em busca de liberdade.

Acordar de manhã ao som de uma gaita de oito baixos, contrabaixo e violão, para depois saber que o acordeonista Edilberto Bérgamo ganhou o Prêmio Sirley Amaro, em memória da minha querida "Mama Sirley", griô.



Depois, partir rumo a Itaqui, mais de 300 quilômetros cruzando o Pampa, para chegar na banda oriental do rio Uruguai.

Antes, é preciso cruzar umas longas e estreitas pontes sobre o rio Ibicuí, rio de areias brancas, maior afluente do Uruguai.

Após, ser recebido por amigos que são exemplos da tão falada hospitalidade gaúcha, saboreando uma "parrilla" itaquiense, regada com excelente vinho "3 Bocas", produzido na cidade.

Aí já se antevê o "sur" do sul, pelas influências uruguaia e argentina.

Na volta de Itaqui, uma parada rápida em Uruguaiana para recordar meus avós paternos , meu pai e meus tios, naturais desta cidade fronteiriça, também às margens do rio Uruguai.

Ainda outro dia, soube que meu avô materno também nasceu em Uruguaiana, após uma viagem de carreta (carro de boi) da minha bisavó desde Alegrete...

Finalmente, chego no Alegrete, minha querência, meu pago, onde reencontro tios, primos, amigo de infância e, mais, uma senhora que foi vizinha do meu avô materno na estação ferroviária de Severino Ribeiro, no município de Quaraí, onde ele tinha um sortido armazém de secos e molhados.

É um reencontro comigo mesmo, oriento-me...


Alegrete, 8 de outubro de 2021.

Imagem: arquivo pessoal

Edu Cezimbra

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