O caipira é o Jeca Tatu, o Mazzaropi, o Tonico e Tinoco.
Tem como companhia nas noites de luar a sua viola caipira.
Afirma que não sabe nada mas que desconfia de muita coisa...
É o retrato de um Brasil arcaico invadido pela modernidade.
Foi morar na cidade grande expulso de sua terrinha.
Olha para cima e não vê o sol tapado pelos arranha-céus que chama de casas grandes.
O ranchinho de pau a pique e chão batido foi parar na favela, na periferia da cidade grande.
Sempre foi periferia embora figura central na brasilidade.
De pequeno agricultor virou peão da construção civil ou operário de fábrica.
Caricaturizado caipira, isolado nos grotões, analfabeto, doente, mas autossuficiente, produtor de tudo um pouco.
Até de cultura, assimilando outras e devolvendo uma, toda própria.
Talvez, por isso, tão menosprezado pelos consumidores aculturados...
Porto Alegre, 25 de agosto de 2022.
Imagem:cartaz do filme, Google
Edu Cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário