"Atroz condição do homem! Não há uma só de suas felicidades que não provenha de alguma ignorância."
Honoré de Balzac, no romance "Eugênia Grandet", conta-nos de uma família burguesa em que o deus era o dinheiro.
Quando os fins justificam os meios, ou no caso, quando o fim é o dinheiro, o meio é a ignorância da sociedade, representada pela família do Sr. Grandet.
Pobre Eugênia, que tem uma vida de privações por causa da avareza do pai.
A "felicidade" do pai é contar em segredo o seu dinheiro às custas da pobreza da família.
Acostumada a sobreviver sem ver a cor do dinheiro, Eugênia tem sua "felicidade" na convivência com os poucos amigos.
Falsa felicidade já que baseada na ilusória vida puramente material de seu círculo de amizades.
Não à toa, Balzac deu ao conjunto de sua vasta obra o sugestivo nome de "Comédia Humana".
Convenhamos, aqui para nós, segue em cartaz nos lares burgueses estendidos pelo consumismo e pelo fetiche do dinheiro.
Concluindo que nessa "grande família" que é a sociedade poucos são os "senhores Grandets"...
Porto Alegre, 17 de outubro de 2023.
Imagem:Balzac
Edu Cezimbra
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