"Depois de bater com a cabeça em incontáveis paredes e muros, em busca duma saída para o tipo de liberdade com que sonhava, cheguei à conclusão de que essa liberdade é um mito, e de que o homem deve ser responsável não só por si mesmo como também até certo ponto pelos outros. Não existe o ato gratuito."
Floriano Cambará, é o"alter-ego" de Erico Verissimo, citado por Flávio Loureiro Chaves no livro "Erico Verissimo: o escritor e seu tempo".
O ato gratuito a que Erico se refere é o que se pode chamar de ato irresponsável tão ao gosto dos individualistas.
Em outras palavras: todo ato cobra seu preço...
Não há moralismo nessa constatação; ética sim.
Ética tão presente no escritor humanista que sabia ser Erico Verissimo.
Em toda sua obra lemos sobre atos irresponsáveis e suas consequências desastrosas.
Além de ser um "contador de histórias" como ele mesmo se apresentava, Erico soube como ninguém trazer as questões do seu tempo com suas duras e amargas lições.
Remédio amargo contra as edulcoradas mentiras de nossa época tão manipulada pela publicidade e mídia comercial.
Portanto, estou voltando a reler Erico Verissimo. Quem me acompanha nessas histórias tão bem contadas?
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2023.
Imagem: livros de Erico Verissimo
Edu Cezimbra
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