quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

O Salário do Medo

 


"O medo. O medo está ali presente, maciço e estúpido, e não se esconde. Fogo no rabo e não se poder correr. Apenas alguma coisa se pode contra ele: recusá-lo; uma carta enviada pelo diabo e que se recusa. "

Georges Arnaud, no livro "O Salário do Medo", discorre com propriedade sobre o medo em uma situação explosiva.

Afinal, transportar nitroglicerina em um caminhão é literalmente uma situação explosiva.

Longe de mim querer assustar meu caro e raro leitor, portanto falarei figurativamente do medo.

Há quem tenha medo do salário mínimo, há quem tenha medo de perder o salário...

Muitos se submetem  a trabalhos perigosos para conseguir um bom salário, tanto que muitos morrem por ele.

O medo é recusado, escreve George Arnaud, porém estará sempre à espreita.

Sabemos que o medo é instintivo, o instinto de sobrevivência é forte, com instintos não se discute.

Então é preciso recusá-los e o risco da recusa é aguçar Tânatos, a pulsão da morte.

Inegavelmente, vivemos tempos perigosos por conta da situação explosiva como sabem os que ainda mantém o instinto de sobrevivência...

No fim, o medo da morte não é a morte do medo, embora a recusa...ou melhor, "enquanto há esqueleto há esperança", escreve sarcasticamente, Georges Arnaud.


Porto Alegre, 28 de dezembro de 2023.

Imagem:cena do filme "O Salário do Medo"

Edu Cezimbra

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário