quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Gabriel García Márquez, Escritor Subversivo ao Establishment


Certa vez, confessou ao seu então amigo também escritor Mario Vargas Llosa que “não conhecia nenhuma boa literatura que não fosse para subverter os valores estabelecidos”.
Eduardo Sejanes Cezimbra
Gabo, como era carinhosamente chamado por seus amigos, morreu na Cidade do México, em 2014, aos 87 anos, vítima de uma pneumonia.
A obra do colombiano Gabriel García Márquez foi mundialmente reconhecida com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1982.
Considerado o expoente máximo do “realismo mágico”, a partir de sua obra-prima “ Cem Anos de Solidão” foi um dos escritores latino-americanos mais lidos no “boom literário” nos anos 60 e 70 da América Latina no mundo, especialmente na Europa.
Entre suas obras literárias destacam-se “Cem Anos de Solidão”, “Outono do Patriarca”, “Amor no tempo do cólera”, “Ninguém escreve ao coronel” , “Crônica de uma morte anunciada” e sua auto-biografia “Viver para contar”.
Filho de família pobre, sua infância e adolescência foi cercada de muitas dificuldades financeiras. Viveu um tempo com seus avós na cidade colombiana da Aracataca, onde se deixou contagiar pelas crenças e superstições de seu povo. Muito se credita o realismo mágico de suas obras às histórias que ouvia, cheias de fantasias, assombrações e conversas com mortos.
Certa vez, confessou ao seu então amigo também escritor Mario Vargas Llosa que “não conhecia nenhuma boa literatura que não fosse para subvertes os valores estabelecidos”.
Junto com uruguaio Eduardo Galeano, o gaúcho Erico Verissimo e o baiano Jorge Amado, foram escritores que mais levaram as questões políticas e sociais de seus povos para a literatura, em livros que denunciam os crimes perpetrados contra os humildes, como “o massacre em Macondo” de “Cem Anos de Solidão”.

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