segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Perdidos na Noite

 


Anos atrás, assiti ao filme "Perdidos na Noite" e, depois de muito tempo, li o livro. Surpreendente livro...

A  leitura me faz valorizar, ainda mais, o trabalho de adaptação para o cinema  e a atuação dos dois atores: Dustin Hoffman e Jon Voigt, nos papéis de Ratso Rizzo e Joe Buck.

Lógico, o livro aprofunda muito o perfil psicológico das personagens, bem como o estado de espírito de ambos, diante das dificuldades para sobreviverem na gelada  Nova York.

Enquanto lia me lembrava de algumas cenas do filme com vontade de ver de novo...

Joe Buck é um solitário em função de sua oligofrenia enquanto Rizzo é um marginal devido ao abandono e deficiência física.

Joe sonha em ganhar um dinheiro fácil vendendo seu corpo para homens e mulheres da Big Apple.

Ratso é um descuidista que arranja algum através de pequenos furtos e malandragens.

O autor, James Leo Herlihy, apresenta-nos cada qual a seu tempo e lugar marcando seus comportamentos a partir de personalidades tão díspares.

E, justamente aí, nessas diferenças tão marcadas que se forja uma amizade de comover o leitor.

Joe deseja ardentemente ter um amigo em Rizzo, apesar das trapaças deste, enquanto Rizzo o acolhe por compaixão.

Enfim, quem já sofreu na vida pode se reconhecer nestes dois desajustados na luta deseperada pela sobrevivência na selva de  pedra.

Um livro surpreendente como escrevi no início e reafirmo no fim para estimular o interesse de meus caros e raros leitores.


Porto Alegre, 6 de dezembro de 2021.

Imagem: cena do filme, Google

Edu Cezimbra

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