Bandido, louco e santo foram os epítetos que Fernando Pessoa emprestou a Antônio Conselheiro, beato que fundou o arraial de Canudos, no sertão da Bahia.
Era para ser a dedicatória de "Mensagem", único livro publicado em vida pelo genial poeta português.
O motivo da dedicatória (não publicada) é que para Pessoa, o Conselheiro e seus seguidores eram os" últimos portugueses", defensores do Quinto Império e devotos do "sebastianismo", tal qual Pessoa.
Na edição que adquiri em Lisboa essa dedicatória "não-autorizada" consta do livro
Não consta o por quê da exclusão da dedicatória ao Conselheiro.
Talvez, por "Mensagem" concorrer a um prêmio literário patrocinado pela República de Portugal, quem sabe...
Como nota de rodapé, a editora lembra que Conselheiro e seus seguidores foram mortos pelo exército a mando de grandes fazendeiros e do clero.
Enfim, uma trágica história, como toda História do Brasil, cheia de massacres, como o de Canudos.
Porto Alegre, 13 de julho de 2022.
Imagem: foto do autor
Edu Cezimbra
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