Como todos sabemos, para ter direitos de cidadania é preciso apresentar o "atestado de bons antecedentes".
Não basta ter bons ascendentes ...
Há quem jure de pés juntos que as duas condições andam juntas e abraçadas.
Às vezes, para garantir o direito de herança carece, além do "atestado de bons antecedentes", o teste de paternidade.
Meu velho pai dizia, ironicamente, que "pai é quem cria"...
Embora, no caso dele, o direito à herança de Cezimbra , estancieiro e proprietário de firma foi dado a seu pai pelo instituto da adoção.
Este mesmo Cezimbra que virou personagem do romance "Estrada Nova", do quaraiense Cyro Martins: "Sem dúvida, Cezimbra enriquecera com sua ajuda..."
Muitos filhos "ilegítimo" não obtém este direito de reconhecimento da paternidade.
É que no Brasil tudo é relativo...
Numa sociedade hipócrita e intolerante o sangue e o DNA só valem para os "legítimos herdeiros".
Os "ilegítimos herdeiros" que requerem o direito de herança precisam travar batalhas judiciais para obterem reconhecimento de paternidade.
Meu velho pai e seu irmão já nasceram pobres por causa da quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, e da "grande depressão" que se seguiu.
Mesmo assim, deixou-me uma herança valiosa: a de ter um pensamento crítico e não ceder aos desmandos dos ditadores nem aos ditames dos pastores.
E ele só foi até a 4ª série...
Hoje, quando meu velho pai, Caco Cezimbra, completaria 90 anos de vida deixo aqui o meu reconhecimento por ter me garantido este "atestado de bom antecedente".
"Tal pai, tal filho"...
Porto Alegre, 18 de outubro de 2022.
Imagem:arquivo pessoal
Edu Cezimbra
Ah... Que bonito! Agora entendi o outro post. Desconsidere a pergunta feita por lá: já foi bela e profundamente respondida... K.
ResponderExcluirObrigado, Keyla. Cezimbra é um sobrenome bem conhecido no RS, mas eu sempre aviso que não sou parente.
ResponderExcluirBom saber. Eu não sabia que era um sobrenome comum. Você é o primeiro que vejo.
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