Não sei porquê, bichos quando se encontram têm a mania de reclamar dos homens.
Numa dessas raras ocasiões em que a toupeira saiu da toca topou com uma marmota.
- Dona Marmota, não aguento mais essa maldade dos homens chamarem-se de animais.
A marmota sorriu, mostrando ainda mais seus dentes salientes e concordou.
- Pois é, Dona Toupeira, eu também me ressinto muito com essas alcunhas depreciativas com que os homens nos rotulam.
- Ainda mais com essa situação, não tens ideia do quanto essa gente besta, digo, abobada, chama-se de toupeira..
- Vai ver que é devido ao fato desse povo não ter visão - provocou jocosamente a marmota.
- Até tu, Dona Marmota!!!
- Ou vai ver é porque enfiam a cabeça num buraco para fugir da realidade feito o avestruz.
- Tá vendo, não falei?!!
- Sem ofensa, Dona Toupeira, mas essa gente é bem cegueta, não é?
- Sim, é como diz o ditado, "o pior cego é o que não quer enxergar"...
- É isso daí - seguiu zombando a marmota.
- Aqui pra nós, é que tem muita marmota, digo maracutaia, nesse congresso - cutucou a toupeira.
Dito isso, a toupeira retornou célere para seu buraco e a marmota foi nadar no Lago Paranoá.
Moral da fábula: Brasília é terra de marmota e de toupeira.
Porto Alegre, 7 de dezembro de 2022.
Imagem:Google
Edu Cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário