Há burgueses sensíveis sugere o filme "Febre".
Vanessa Redgrave interpreta uma mulher de classe média alta que começa a sentir-se incomodada com as queixas veementes contra os ricos em tempos de penúria econômica na Inglaterra.
"Será que sou a única que não virou comunista?", pergunta-se.
Logo após se lembra que "o comunismo acabou"...
É a leitura de "O Capital" de Karl Marx que a impressiona, em especial o capítulo que trata do "fetiche da mercadoria".
Concordo que dito assim o filme parece propaganda.
Não é...
Pela forma como se desenvolve a ação podemos vê-lo como um drama com muito suspense psicológico.
Convencida por um pianista estrangeiro, que conheceu em uma festa grã-fina em Londres parte para o país deste (não é Cuba), que fez uma revolução política e social.
Depois de conhecer os benefícios da revolução para o povo viaja para um país vizinho que vive em um regime ditatorial sob terror de estado (sugestão de um jornalista interpretado pelo documentarista Michael Moore!).
Esse "choque de realidade" é que causa a febre que dá título ao filme.
Febre que causa questionamentos éticos na senhora de classe média alta, expondo de maneira crua suas contradições, crenças e racionalizações sobre a pobreza.
Enfim, há burgueses sensíveis, exceções à regra, "pero no mucho"...
Porto Alegre, 15 de maio de 2023.
Imagem: cartaz do filme
Edu Cezimbra
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