terça-feira, 13 de maio de 2025

Soneto da Saudade

 

Se na fria noite ouvires um grito

Saibas que sou eu a clamar por ti

Saudoso, solitário, triste, aflito

A implorar teu amor para mim ausente.

 

Venha, meu amor, com teu passo silente,

Quero derramar lágrimas em teu peito,

Formar cascatas a molhar meu leito

E, assim, mergulhar em ventre ardente.

 

Depois, quando saciada a minha sede

Adormecido, contente em abraço estreito 

Vou me deixar ficar a balançar como em rede,

 

Como criança a ressonar saciada e serena

Depois de matar a saudade do doce peito

Materno de minha musa amante plena. 


 

Porto Alegre, 13 de maio de 2025.

Imagem: Marc Chagall, Google

Edu Cezimbra

2 comentários:

  1. Eduardo, você é admirável!
    Suas palavras traduzem tantos sentimentos que fica difícil até de comentar.
    Parece que ao comentar, perde-se a a extensão do teu sentir.
    Prefiro guardar as impressões pra mim.
    Se o que entendi desse poema não foi o que quis transmitir, não quero acordar da ilusão que criei. Pois foi de uma beleza profunda que tocou minha alma.
    Fiquei emocionada.
    Grata pela partilha!

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    1. Obrigado, cara e rara leitora anônima, assim é a poesia, agora é tua.

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