Se na fria noite ouvires um grito
Saibas que sou eu a clamar por ti
Saudoso, solitário, triste, aflito
A implorar teu amor para mim ausente.
Venha, meu amor, com teu passo silente,
Quero derramar lágrimas em teu peito,
Formar cascatas a molhar meu leito
E, assim, mergulhar em ventre ardente.
Depois, quando saciada a minha sede
Adormecido, contente em abraço estreito
Vou me deixar ficar a balançar como em rede,
Como criança a ressonar saciada e serena
Depois de matar a saudade do doce peito
Materno de minha musa amante plena.
Porto Alegre, 13 de maio de 2025.
Imagem: Marc Chagall, Google
Edu Cezimbra
Eduardo, você é admirável!
ResponderExcluirSuas palavras traduzem tantos sentimentos que fica difícil até de comentar.
Parece que ao comentar, perde-se a a extensão do teu sentir.
Prefiro guardar as impressões pra mim.
Se o que entendi desse poema não foi o que quis transmitir, não quero acordar da ilusão que criei. Pois foi de uma beleza profunda que tocou minha alma.
Fiquei emocionada.
Grata pela partilha!
Obrigado, cara e rara leitora anônima, assim é a poesia, agora é tua.
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