Porto Alegre, 03 de fevereiro de 2014
Edu Cezimbra
Blog de Eduardo Sejanes Cezimbra para escrever sobre a vida, rascunhando impressões, como se manuscrito com caneta-tinteiro e mata-borrão. "Escrevo porque preciso, publico porque amo."
Quero contar uma história
Cheia de moral
Mas que moral?
A moral dos meus pais?
Ou vou ler Platão?
Ou Walt Whitman?
Ou os cantores bregas
É que vão me ensinar
A verdadeira vida?
![]() |
Charge feita por aluno sobre eleições 2014 |
O Louco**Dedicado à luta antimanicomial
E fala aos constelados céus
De trás das mágoas e das grades
Talvez com sonhos como os meus ...
Talvez, meu Deus!, com que verdades!
As grades de uma cela estreita
Separam-no de céu e terra...
Às grades mãos humanas deita
E com voz não humana berra...
Fernando Pessoa, Poema Inéditos
O Louco, de Maurício Takiguthi.
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.
Antonio Machado
"Não é algo de pouca importância para um príncipe a escolha de seus ministros, os quais serão ou não serão bons conforme a sensatez que ele revelar. O primeiro juízo que, por conjetura, formamos das faculdades intelectuais de um soberano ampara-se no conceito que fazemos dos homens que ele tem em torno a si. Quando estes são capazes e fiéis, podemos reputá-lo indubitavelmente inteligente, porque soube reconhecer-lhes as capacidades e conservá-los fiéis. Todavia, quando estes assim não são, deste soberano realmente não podemos formar um bom juízo, visto que o seu primeiro erro ele já o cometeu nessa escolha."
Maquiavel, " O Príncipe"
Quando se ouve um indivíduo fascista, de qualquer tendência, insistir em apregoar a "honra da nação" (em vez da honra do homem) ou a "salvação da sagrada família e da raça" (em vez da sociedade de trabalhadores); quando o fascista procura se evidenciar, recorrendo a toda a espécie de chavões, pergunte-se a ele, em público, com calma e serenidade, apenas isto:
"O que você faz, na prática, para alimentar esta nação, sem arruinar outras nações? O que você faz, como médico, contra as doenças crônicas; como educador, pelo bem-estar das crianças; como economista, contra a pobreza; como assistente social, contra o cansaço das mães de prole numerosa; como arquiteto, pela promoção da higiene habitacional? E agora, em vez da conversa fiada de costume, dê respostas concretas e práticas, ou, então, cale-se!"
Wilhelm Reich, Psicologia de Massas do Fascismo
O senhor de Rênal passeava pela Alameda da Fidelidade |
"O seu aspecto faz tirar imediatamente todos os chapéus. O cabelo é grisalho, e veste-se habitualmente de cinzento. Tem testa alta, nariz aquilino, e é cavaleiro de várias ordens; no conjunto, a sua fisionomia denota uma certa harmonia; dá até a ideia, à primeira vista, de que à dignidade de presidente da Câmara ele adiciona a aparência agradável de que se pode ser possuidor aos quarenta e oito ou cinqüenta anos. Contudo, cedo o viajante parisiense se sente chocado por um certo ar de admiração por si mesmo, numa mistura de um não sei quê de tímido e isento de imaginação. Enfim, nota-se que aquele indivíduo se limita a fazer pagar prontamente o que lhe devem, e pagar o mais tarde possível aquilo de que é devedor.
Pelo parágrafo acima o leitor imediatamente perceberá que Stendhal pinta o presidente da Câmara como um finório larápio.Este é o presidente da Câmara, senhor de Rênal."
- Esse senhor de Paris poderá vir a arrepender-se - comentava o senhor de Rênal, num tom de ofensa, um pouco mais pálido que habitualmente, - Usufruo de amizades no Palácio...
- Mas - dizia com medo a senhora de Rênal - como poderá prejudicar este senhor de Paris, se você administra os bens dos pobres com a mais escrupulosa probidade?
- Ele vem para exercer a censura, depois publicará os artigos nos jornais liberais.
- Você jamais os leu.
- Porém comentam-se estes artigos jacobinos; isso tem por fim desviar-nos as atenções e impedir-nos de fazer o bem. De minha parte, nunca absolverei o cura.
XXX
O polar frio
Pede o calor
Do teu corpo
Cobertor humano
Desce teu sol
No meu gelo
Sonhos noturnos
Passagem
Além realidade
Viagem
Gente e cidades
Desconhecidas
Sem nada
Tudo vir a ser