Um escritor consagrado e um jovem andarilho encontram-se casualmente em um acampamento de trailers.
Chamou atenção de Phillip, o escritor, o fato de o jovem estar viajando solitariamente.
Sentado perto de uma fogueira, o jovem solitário anotava em seu diário as impressões da viagem.
Phillip puxou conversa com o jovem de nome Alexander.
O jovem contou que seu sonho era chegar ao Alasca para viver na natureza selvagem e fugir de todas as misérias humanas, tema preferido do escritor.
Quis saber por que Alexander viajava solitariamente; ao que o jovem rebelde redarguiu: - não viajo só, mas na companhia de tudo isso à minha volta, você precisa mudar sua noção de relacionamentos.
Um jovem rebelde com uma caneta e um caderno é um escritor em potencial, pensou Phillip, impressionado com a inusitada e provocativa resposta do rapaz.
Anos mais tarde, já cansado e sem inspiração, o escritor famoso soube que o jovem rebelde havia morrido.
Seu corpo fora achado no interior de um ônibus abandonado no Alasca.
Entre as muitas anotações do jovem rebelde havia um pensamento: "a felicidade só é real quando compartilhada".
Phillip lembrou da conversa que tivera com o jovem no acampamento, e pensou:
"Que ironia, só agora que parei de escrever posso sentir a felicidade... Alexander viveu e aprendeu mais em seus poucos anos de vida do que eu em toda a minha longa vida de sucesso e fama."
Porto Alegre, 10 de novembro de 2017.
Foto: cena de "Na Natureza Selvagem"
Edu Cezimbra
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