A solidão de um escritor é necessária, até imprescindível, para o ato da escrita.
Mesmo em meio da multidão, o escritor observa as pessoas em busca de personagens para sua história.
Pode-se dizer que as pessoas aprendidas nas paginas de um livro "entram para a história".
Uma multidão não é anônima quando é a de um escritor - aí se torna "A Multidão"...
A multidão de personagens é o escritor e o escritor é um personagem a mais na multidão...
Enfim, o escritor é um solitário em meio da multidão de seus personagens.
Ou melhor, parafraseando Fernado Pessoa, o escritor é um fingidor que finge que é solidão, em meio à multidão, a solidão que deveras sente...
Porto Alegre, 22 de novembro de 2017.
Imagem: peça teatral de Pirandello
Edu Cezimbra
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