Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
Machado de Assis é o autor da célebre frase proferida por seu personagem Quincas Borba, no romance homônimo: "ao vencedor, as batatas".
Os vencedores ficam com as batatas plantadas pelos derrotados e comemoram sua vitória.
A luta enluta os derrotados que vão plantar batatas.
Assim, o ciclo se repete, até que os derrotador morram, não pela guerra, mas de fome.
Por tantas as guerras, os vencedores também ficaram sem as batatas, contrariando Quincas Borba.
Então, para que as batatas voltem a ser plantadas é preciso uma trégua...
Essa sabedoria é tribal.
Porto Alegre, 25 de agosto de 2019.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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