terça-feira, 4 de agosto de 2020

O Gambá e o Bugio



É ao entardecer que o gambá e o bugio se cruzam…

O bugio, hábitos diurnos, está indo para o seu galho dormir, enquanto o gambá, hábitos noturnos, vai para a “boemia”.

- Boa noite, “seu” Gambá, já vai encher a cara?!

- Boa noite, “dom” Bugio, cada macaco no seu galho!

- Não trabalha, não? Só quer viver na farra?!

- É que não meto a mão em cumbuca…

- Em compensação, mete a mão e o focinho no copo – riu-se o bugio.

- Eu sou gambá, mas não fico macaqueando os outros…

- Bebeu, “seu” Gambá?! De onde tiraste essa asneira?!

- Foste tu que macaqueaste o homem, dando-me essa fama - difamação, - melhor dizendo.

- Da mesma forma, quando me atribuis macaquices, estamos quites!

- Mas eu só bebo quando o bicho-homem quer me prender.

- E eu só faço macaquices depois que o bicho-homem me prende.

Embora até pareça, o gambá e o bugio não brigam, apenas fazem piadas fabulosas um com o outro, como bons amigos: ambos cuidam da floresta.

- Ao contrário do bicho-homem…- falaram, ao mesmo tempo, o bugio e o gambá. 

Moral da fábula: papagaio come milho, periquito leva fama.


Porto Alegre, 4 de agosto de 2020.

Imagem: Cia das Mãos, Google

Edu Cezimbra

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