Um elefante arrancava distraído umas árvores quando ouviu um grito estridente.
- Alto lá! seu paquiderme desengonçado!
O elefante abriu suas orelhas, olhou para todos os lados e não viu ninguém.
- Aqui embaixo, mastodonte cego, não estás me vendo?!
- Quem está a me ofender gratuitamente - perguntou, intrigado, o elefante.
- Quase esmagavas o meu formigueiro tão arduamente construído pelas nossas operárias, seu brutamontes!
- Ora, Dona Formiga, não tenho tempo para ninharias, tenho mais o que fazer...
- Nesse caso, desfazer com a delicadeza de elefante na cristaleira!
- O que eu posso fazer, vocês são tão insignificantes...
- Quem sabe tente olhar por onde anda!
-Eu não sou tamanduá pra ficar olhando formiga,
- E essa tromba serve pra quê?!!
- Pra te dar uma trombada! - irritou-se o elefante.
- Ah, é? então eu vou chamar a tropa de choque - ameaçou a soldado formiga.
- Ui, que medo! - zombou o elefante, esmagando o formigueiro.
- Seu...seu...elefante branco! xingou a formiga- tu não perdes por esperar!
- Ah, ah... vou esperar sentado, formiguinha- ironizou o elefante, afastando-se lenta e pesadamente.
- Um elefante incomoda muita formiga...- constatou a soldado.
Moral da fábula: em terra de elefante o buraco da formiga é mais embaixo.
Porto Alegre, 20 de janeiro de 2021.
Imagem: Dreamstime, Google
edu cezimbra
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