quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

A Formiga e o Elefante

 

Um elefante arrancava distraído umas árvores quando ouviu um grito estridente.

- Alto lá! seu paquiderme desengonçado!

O elefante abriu suas orelhas,  olhou para todos os lados e não viu ninguém.

- Aqui embaixo, mastodonte cego, não estás me vendo?!

- Quem está a me ofender gratuitamente - perguntou, intrigado, o elefante.

- Quase esmagavas o meu formigueiro tão arduamente construído pelas nossas operárias, seu brutamontes!

- Ora, Dona Formiga, não tenho tempo para ninharias, tenho mais o que fazer...

- Nesse caso, desfazer com a delicadeza de elefante na cristaleira!

- O que eu posso fazer, vocês são tão insignificantes...

- Quem sabe tente olhar por onde anda!

-Eu não sou tamanduá pra ficar olhando formiga,

- E essa tromba serve pra quê?!!

- Pra te dar uma trombada! - irritou-se o elefante.

- Ah, é? então eu vou chamar a tropa de choque - ameaçou a soldado formiga.

- Ui, que medo! - zombou o elefante, esmagando o formigueiro.

- Seu...seu...elefante branco! xingou a formiga- tu não perdes por esperar!

-  Ah, ah... vou esperar sentado, formiguinha- ironizou o elefante, afastando-se lenta e pesadamente.

- Um elefante incomoda muita formiga...- constatou a soldado.

Moral da fábula: em terra de elefante o buraco da formiga é mais embaixo. 


Porto Alegre, 20 de janeiro de 2021.

Imagem: Dreamstime, Google

edu cezimbra


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