O trem saia de Porto Alegre e ia pegando seus passageiros por todo o trajeto até Uruguaiana.
Meu irmão e eu aguardávamos com muita expectativa o momento de embarcarmos em Santa Maria.
A nossa viagem era até Alegrete e era bem demorada pela pouca velocidade dos trens.
Não nos cansávamos porque podíamos andar por todos os vagões e, melhor, ficarmos olhando a paisagem nas portas abertas do trem.
Era divertido andarmos pelos corredores com o trem em movimento; sacolejava muito e era um desafio não cair.
Outra "aventura" era passar de um vagão para outro, aí tinha um espaço vazio para pular.
Outro lugar muito visitado era o vagão-restaurante onde se podia tomar um guaraná com pastel cuidando para não derramar.
Tinham vagões de 3ª classe com bancos duros de madeira, de 2ª classe com bancos estofados e os de 1º classe eram poltronas reclináveis com apoios para os pés, um luxo, que meu irmão e eu desfrutávamos, embora pagando passagens de 3ª.
Óbvio que sob o olhar complacente do fiscal do trem, provavelmente pela pouca idade dos "clandestinos" e pelo trem estar com poucos passageiros mesmo.
É que nessa época já havia linhas de ônibus, bem mais rápidos e confortáveis.
Para nós o que menos contava era a rapidez e o conforto da viagem.
O que contava mesmo era a aventura de viajar de trem, muito mais divertido que de ônibus!
Porto Alegre, 30 de janeiro de 2021.
Imagem: Google
edu cezimbra
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