John Grisham, autor de best-sellers nos EUA, confessou desconhecer a cruel realidade dos sem-teto em seu país.
Quando começou as pesquisas para escrever "O Advogado" surpreendeu-se com o tamanho da população de rua e a dimensão desse problema social nos Estados Unidos.
Já eu fiquei surpreso com as resenhas do livro.
A política econômica causadora dessa enorme população sem-teto nos EUA é conhecida por toda pessoa informada sobre a globalização neoliberal vigente nas últimas décadas.
Reagan e seus sucessores neoliberais passam incólumes pelas resenhas que enfatizam problemas particulares e a crise de consciência d'O Advogado.
O autor indica, indiretamente, as causas políticas e econômicas precavendo-se de não ser panfletário.
Conta que o aumento da população em situação de rua resulta do desemprego e do corte do orçamento das políticas públicas sociais.
Em que pese não dar "nome aos bois" demonstra sua consternação ao constatar pessoas sem-teto dormindo em bancos de parque e estações de trem perto do Congresso, em Washington.
A trama do livro é boa: coloca em confronto "O Advogado", até então bem-sucedido, contra sua rica e poderosa "firma de advocacia".
"O Advogado" conhece um "advogado de rua" que trabalha na defesa do povo da rua (sim, o autor usa essa expressão) em um posto avançado na periferia de Washington enquanto serve sopa num abrigo e se junta a ele.
"O Advogado", livro que escancara a situação desumana vivenciada pelo povo de rua, nos EUA, aonde o "sonho americano" vira o pesadelo americano...
Porto Alegre, 26 de agosto de 2024.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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