Eduardo Sejanes Cezimbra
Valorizar a identidade brasileira através de sua diversidade cultural é uma forma de redescobrir o Brasil, como nos lembra 'Notícias do Brasil, cantada por Milton Nascimento: “Uma notícia está chegando lá do interior / Não deu no rádio, no jornal ou na televisão / Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil /Não vai fazer desse lugar um bom país“.
Alfabetização cultural significa a cura do “complexo de vira-latas”, expressão utilizada atualmente para ilustrar a colonização das mentes e corpos dos brasileiros como podemos ver no jovem de corpo encurvado, voz abafada, olhar desviado, mas tênis e boné de marca norte-americana (fabricado na China) para levantar a sua vacilante auto-estima Será que levanta mesmo?
Pastores vestidos como executivos de empresas transnacionais gritam palavras de ordem da Bíblia neo-pentecostal do fundamentalismo religioso norte-americano para a clientela também vestida “socialmente” para o culto da prosperidade.
Um dos maiores sintomas desta colonização (senão o pior) são as viagens de brasileiros a Miami para compras de produtos fabricados na China! Deixam bilhões de dólares no exterior em compras de quinquilharias ao invés de investir em seu país, reclamando dos impostos.
Como ser autêntico, verdadeiro se toda a publicidade e a mídia te forçam a ser caricaturalmente estrangeiro em seu próprio país? De onde vem este complexo de vira-latas? Onde está escrito que os brasileiros não tem identidade própria?
Cabe lembrar aqui a tentativa de embranquecimento do Brasil para D. Pedro II reinar em um império europeizado, pois não queria ser imperador de negros, indígenas e mestiços, que felizmente ainda fazem parte da formação nosso país. A presença negra na Argentina é mínima perto do Brasil porque lá os negros foram exterminados mesmo, embora deixassem o tango como legado inolvidável de sua música nacional.
Para uma descolonização e alfabetização culturais eficazes é preciso sair da resistẽncia para a re-existência cultural, precisa desesconder o Brasil e seus vizinhos latino-americanos para uma coexistência pacífica baseada em raízes comuns.
Valorizar a identidade brasileira através de sua diversidade cultural é uma forma de redescobrir o Brasil, como nos lembra 'Notícias do Brasil, cantada por Milton Nascimento: “Uma notícia está chegando lá do interior / Não deu no rádio, no jornal ou na televisão / Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil /Não vai fazer desse lugar um bom país“.
Alfabetização cultural significa a cura do “complexo de vira-latas”, expressão utilizada atualmente para ilustrar a colonização das mentes e corpos dos brasileiros como podemos ver no jovem de corpo encurvado, voz abafada, olhar desviado, mas tênis e boné de marca norte-americana (fabricado na China) para levantar a sua vacilante auto-estima Será que levanta mesmo?
Pastores vestidos como executivos de empresas transnacionais gritam palavras de ordem da Bíblia neo-pentecostal do fundamentalismo religioso norte-americano para a clientela também vestida “socialmente” para o culto da prosperidade.
Um dos maiores sintomas desta colonização (senão o pior) são as viagens de brasileiros a Miami para compras de produtos fabricados na China! Deixam bilhões de dólares no exterior em compras de quinquilharias ao invés de investir em seu país, reclamando dos impostos.
Como ser autêntico, verdadeiro se toda a publicidade e a mídia te forçam a ser caricaturalmente estrangeiro em seu próprio país? De onde vem este complexo de vira-latas? Onde está escrito que os brasileiros não tem identidade própria?
Cabe lembrar aqui a tentativa de embranquecimento do Brasil para D. Pedro II reinar em um império europeizado, pois não queria ser imperador de negros, indígenas e mestiços, que felizmente ainda fazem parte da formação nosso país. A presença negra na Argentina é mínima perto do Brasil porque lá os negros foram exterminados mesmo, embora deixassem o tango como legado inolvidável de sua música nacional.
Para uma descolonização e alfabetização culturais eficazes é preciso sair da resistẽncia para a re-existência cultural, precisa desesconder o Brasil e seus vizinhos latino-americanos para uma coexistência pacífica baseada em raízes comuns.
Como tão bem ensinou o escritor uruguaio Eduardo Galeano, recentemente falecido, descolonização cultural e alfabetização cultural, são gêmeas siamesas, andam de mãos dadas pelas trilhas das culturas populares brasileiras e latino-americanas.
Uma rede de solidariedade enraizada em pequenas cidades, nas periferias das metrópolis, nas casas humildes, capelas, terreiros, associações, aglutinam milhares de pessoas em atividades coletivas, irmanados no intuito de fazer acontecer uma festa.Esta festa dos 'de baixo' que na visão de Milton Santos, eminente geógrafo brasileiro farão a necessária transformação social brasileira, pode ser a Festa do Redescobrimento do Brasil.
Uma rede de solidariedade enraizada em pequenas cidades, nas periferias das metrópolis, nas casas humildes, capelas, terreiros, associações, aglutinam milhares de pessoas em atividades coletivas, irmanados no intuito de fazer acontecer uma festa.Esta festa dos 'de baixo' que na visão de Milton Santos, eminente geógrafo brasileiro farão a necessária transformação social brasileira, pode ser a Festa do Redescobrimento do Brasil.
Publicado originalmente em Ecologia dos Saberes
Porto Alegre, 10 de novembro de 2015.
Imagem: Carybé, Google
Edu Cezimbra
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