segunda-feira, 1 de outubro de 2018

As nebulosas e nós


Nebulosas são galáxias. A “nossa” galáxia chama-se Via Láctea. Até um tempo atrás supúnhamos que era a única galáxia do universo.

Até que um sujeito chamado Hubble, astrônomo, calculou que o “nosso” universo é composto de muitíssimas galáxias e está em expansão. 

Tudo isso comprovado pelas equações de um outro sujeito chamado Einstein, conhece?

Não só no espaço há nebulosas. Em nosso pequeno planeta também há questões nebulosas.

Por exemplo, as cifras astronômicas advindas da especulação financeira e a desigualdade universal que ela causa entre pessoas e nações.

Tão difícil quanto perceber a distância que nos separa dos confins do universo é percebermos a distância inconcebível entre os mais ricos e os mais pobres da Terra.

O que muito ajudou Hubble a medir a distância entre nós e as mais distantes galáxias foram as explosões de estrelas.

Aqui entre nós, também temos explosões sociais que nos avisam destas distâncias abissais entre os povos e as gentes.

Mas qual a origem de tempos tão nebulosos?

Pode ser que diferente da concepção de universo, que a partir de Hubble e Einstein foi totalmente modificada, nossos tempos nebulosos ainda não tenham sido observados com olhos com alcance maior como fizeram os astrônomos com as nebulosas.

Não é que faltem teorias para explicar nossos problemas, mas essas parece que tornam ainda mais nebulosas as soluções.

Uma coisa é verificável: não serão os cálculos econômicos que iram solucionar estas questões nebulosas.

Mais provável que serão os “astrônomos e astrônomas" da alma humana, os artistas, que perceberão que o patrimônio cultural da humanidade é vasto, tão vasto quanto o universo e precisa estar em expansão.

Se isso acontecer, talvez tenhamos uma chance de mudarmos nossa concepção sobre nós mesmos.

Porto Alegre, 1º de outubro de 2018.
Imagem: Van Gogh
Edu Cezimbra

Nenhum comentário:

Postar um comentário