Obsessiva era uma mocinha magrinha, quase seca de carnes, mas muito faceira e coquete.
Compulsivo era um rapaz simples, sem nenhum atributo destacável, mas com uma mania: colecionar objetos.
Um certo dia, encontraram-se casualmente, ela voltando das comprar na loja de departamentos e ele de um brique.
Foi amor à primeira vista das sacolas e embrulhos que ambos carregavam...
Casaram logo, impulsiva e irrefletidamente.
A vida conjugal alternava-se entre compras e briques, ou seja, Dona Obsessiva comprava e Seu Compulsivo acumulava objetos inúteis.
Não me pergunte como, mas tiveram tempo de ter um filho, Obsessivo-Compulsivo, por nome, óbvio...
Foi um período difícil para o casal, pois era difícil encontrar o filho em meio a tanta quinquilharia e trastes acumulados por toda a casa.
O filho, como bom Obsessivo-Compulsivo, começou a desenvolver tiques, entre eles um grito estridente e uma mania de ir estendendo uma corda do quarto ao banheiro, do banheiro à cozinha, assim por diante...
Se a corda rói, Obsessivo-Compulsivo grita estridentemente seu abandono, para desespero dos pais, que se culpam um ao outro por ter um filho tão desorientado.
O desfecho da história é previsível: o casal separou-se. Dona Obsessiva vive com um gerente da Havan e Seu Compulsivo luta para arrumar lugar em sua casa para tantos badulaques acumulados.
Aqui para nós, não podia terminar bem um casamento obsessivo-compulsivo, baseado no consumismo...
Porto Alegre, 8 de julho de 2019.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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