"Ser imortal é insignificante; com exceção do homem, todas as criaturas o são, pois ignoram a morte; o divino, o terrível, o incompreensível é saber-se imortal", escreveu o genial escritor argentino Jorge Luis Borges.
Perdão, meu caro Jorge,os animais são imortais, mas fogem da morte como o diabo da cruz...
Como lemos em seu conto "O Imortal", do qual extraí a citação acima, podemos deduzir que o "Rio da Imortalidade" tem a água doce do esquecimento.
Curioso paradoxo, mas de certa forma, os "trogloditas", que se descobre são os imortais, são como animais já que ignoram tudo.
Imortais cansam de viver e procuram incansavelmente o Rio da Morte, onde sua água lembra as mágoas do andar vivendo e dá consciência da morte, com alívio...
Borges tem essa finíssima percepção de que os imortais são anciãos, embora aparentem eterna juventude. E, como sabemos, os idosos tendem a senilidade, por determinante biológica mas também por conveniência emocional.
O humano, demasiado humano, é buscar ser imortal como os deuses, esquecendo que até eles morrem.
Presenciar tantos sofrimentos,e, pior, causá-los, é digno de esquecimento, e aos imortais nada mais confortador que o sono que lhes proporcionará o descanso eterno...
Porto Alegre, 17 de julho de 2019.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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