Possa eu conservar a mais santa pureza quer em minhas palavras quer em minhas ações! Possa eu obedecer na vida, às leis sublimes, instituídas pela Providência Divina, da qual é o Olimpo o supremo pai!
Quem assim diz é o Coro, na tragédia grega "Édipo Rei", de Sófocles.
Os Deuses (e as Deusas) eram ouvidos e obedecidos através de oráculos espalhados nos templos dedicados a Apolo, Ares, Ártemis, Atena entre outros.
Édipo matou o Pai, mas o Supremo Pai, o Olimpo, ou seja, Zeus e todos os Deuses e Deusas.
Não é para qualquer um, tem que ser o Rei de Tebas, o autor desta façanha heroica.
Matou o Pai Celeste, e mais, fodeu a Mãe Terrestre, com o perdão da metáfora horrenda, porém atualíssima.
Édipo, o homem do pé quebrado, manco, fura os olhos, não quer ver nem ouvir os desígnios dos Deuses e das Deusas.
Decifra o enigma proposto pela Esfinge e salva Tebas com olhos humanos, valendo-se da Razão.
Tirésias, o adivinho, também é cego, mas tudo vê, com “olhos divinatórios”, o que causa a ira do rei Édipo.
Como eu disse, Édipo, embora humano, é o Rei de Tebas, orgulhosa cidade-estado grega, onde Sófocles, com uma antecipação oracular vislumbra o Crepúsculo dos Deuses.
Matou o Pai Celeste, e mais, fodeu a Mãe Terrestre, com o perdão da metáfora horrenda, porém atualíssima.
Édipo, o homem do pé quebrado, manco, fura os olhos, não quer ver nem ouvir os desígnios dos Deuses e das Deusas.
Decifra o enigma proposto pela Esfinge e salva Tebas com olhos humanos, valendo-se da Razão.
Tirésias, o adivinho, também é cego, mas tudo vê, com “olhos divinatórios”, o que causa a ira do rei Édipo.
Como eu disse, Édipo, embora humano, é o Rei de Tebas, orgulhosa cidade-estado grega, onde Sófocles, com uma antecipação oracular vislumbra o Crepúsculo dos Deuses.
Desconfio que Nietzsche também leu Sófocles, alem de Freud
Ora, alguém que mata todos os Deuses e Deusas não terá pudor de matar o pai e comer a mãe, segundo o Coro edípico.
Torna-se um tirano, merecedor de uma morte violenta, e aqui, Édipo faz coro aos cidadãos tebanos.
Arrisco, portanto, que Édipo, além de mito fundador da psicanálise, é também da modernidade…
Como vemos, hoje, uma modernidade manca, cega e surda aos desígnios da Mãe Terra, uma espécie de Jocasta profanada por tiranos metidos a "salvadores da pátria".
A tragédia grega continua, porém globalizada...
Fica a pergunta acusatória do coro edípico:
"Se tão nefandos crimes merecem honrarias, de que vale entoar cânticos em louvor dos deuses?"
Porto Alegre, 1º de julho de 2019.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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