O Gato de Botas após o casamento do seu amigo com a princesa sabia que a vida não era nenhum conto de fadas.
Havia que cuidar das posses e manter o castelo protegido contra as raposas e os abutres.
Como administrador do palácio pensou na maneira mais eficiente de garantir a segurança do reino.
Observou atentamente e foi descartando os potenciais candidatos por diversos motivos.
Excluiu os gansos por fazerem muita sujeira no fosso do castelo.
Os jacarés foram rejeitados pelas despesas de importação.
Corvos eram muito autônomos e não seguiam ordens.
Por fim, viu um lobo faminto rondando o palácio e arriscou:
- Senhor Lobão, queres ser soldado do rei e ter comida, casa e roupa lavada garantidas?
- Um lobo não se vende por tão pouco - uivou o lobo selvagem.
O Gato de Botas pensou rápido e propôs:
- O que achas de ganhar umas botas como as minhas?
O lobo gostou das botas, cano longo, lustrosas e mágicas.
- Com essas botas eu poderia andar sete léguas com uma patada só!
- Claro, Senhor Lobão, mas antes tens de fazer o treinamento para aprender a usar as botas mágicas.
- Quando começo?!!
- Agora mesmo, mas antes coloque estes coturnos - isso... atenção! sentido! ordinário marche, cachorro, cão sarnoso!!!
Moral da fábula: se queres obediência cega prepara para a guerra.
Porto Alegre, 25 de junho de 2020.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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