Ele não gostava de marasmo.
Sempre achou marasmo um orgasmo.
Ora, marasmo... Não é nenhuma marola.
Marasmo, para ele, era um tsunami, só pelo radical mar.
Se fosse surfista poderia surfar no marasmo...
Ela não gostava de pasmaceira.
Sempre foi de paz.
Ora pasmaceira... Não era nenhum pastiche.
Sempre achou pasmaceira um pacifismo.
Pasmaceira, para ela, era estar em paz embaixo da macieira.
Se fosse agricultora cultivaria a pasmaceira.
A vida tem destas coisas inopinadas.
Conheceram-se em uma biblioteca quando pesquisavam duplos sentidos no mesmo dicionário para as palavras marasmo e pasmaceira.
Tiveram dois filhos.
A menina chamaram de Martinha e o menino de Pasteur.
Viveram felizes para sempre com marasmo e com pasmaceira...
Porto Alegre, 2 de fevereiro de 2021.
Imagem: Picasso, Google
edu cezimbra
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