Um poste, todo altivo, exibe-se para uma frondosa árvore.
- Eu sou o poste do progresso! Portanto, abre alas que eu quero passar!!!
Embora frondosa a árvore não era orgulhosa.
- Desculpe o incômodo, "seu" Poste, desconhecia sua importância...
- Desta vez passa, mas saiba que nada pode deter o progresso!
- Que mal pergunte, mas onde tá o tal progresso? que não tô vendo...
- Como não?!! és cega, por acaso? Não estás a ver os fios de alta tensão que eu seguro?!!!
- Ah... achei que eram cipós...
- Cipós?!!! São fios que conduzem a eletricidade que move as máquinas do progresso!!!
- Entendo... as máquinas são o progresso, mas por aqui tudo piorou por causa das tais máquinas.
- Que dizes?!!! estás louca? és contra o progresso?!!!
- Não, senhor, não sou contra o progresso, mas desde que ele chegou muita coisa piorou... Antes, por aqui, todos estavam bem melhores.
- Ora, e vão ficar melhores, porque o progresso traz...traz...- ordem!
-Ah, tá...Ordem e Progresso, não é?
- Isso, todo mundo em ordem, bem alinhados, levando o progresso!
- Olha, "seu" Poste, aqui entre nós, mas se o progresso é isso, então tá causando a maior desordem...
O Poste não deu ouvidos para a velha Árvore, progredindo com a devastação, enquanto a Árvore matutava.
- O progresso é o maior atraso...
Moral do apólogo: em nome do progresso se cometem os maiores crimes.
Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2021.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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