Assisti, ontem, no Canal Curta, "Filmes que marcaram época" sobre o polêmico "Laranja Mecânica" do diretor Stanley Kubrik.
Chamou-me a atenção a reação do governo inglês contra o filme com tentativas de proibir a exibição por "incitação à violência".
Especialmente as cenas de estupro violentos cometidos pela gangue juvenil.
Os tablóides sensacionalistas de Londres alardearam o aumento da violência por parte de adolescentes estimulados pelo filme.
Segundo os produtores do filme entrevistados a intenção era denunciar a violência de forma cruel para impactar os espectadores.
O meu caro e raro leitor já deve estar lembrando de outro filme com a mesma boa intenção em que o tiro saiu pela culatra que é o brasileiro "Tropa de Elite".
Repare que o governo de Sua Majestade não foi contra a violência de estado perpetrado contra o jovem Alex na forma de uma violenta técnica de "lavagem cerebral".
Uma violência psicológica diferente da violência estatal brasileira, que tortura e mata para combater os traficantes dos morros cariocas.
Nos dois filmes aparece a violência gratuita que cobra um alto preço da sociedade.
A brutalidade dos adolescentes é naturalizada, por isso pode ser lapidada.
Obviamente, se a violência é brutal aí já é a brutalidade explicíta de "Tropa de Elite".
Essa brutalidade é adquirida por condicionamento para gerar a violência de estado.
Por isso, a violência jamais será revolucionária por ser brutalidade reacionária.
Fica a provocação: filmes violentos não estimulam a violência em pessoas inteligentes e sensíveis.
O que gera violência é a ignorância, como disse um dos entrevistados do documentário.
Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2021.
Imagem: Alex e Capitão Nascimento, Google
Design: Canva
Edu Cezimbra
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