segunda-feira, 7 de março de 2022

Paraíso

 


“Não existe paraíso sem inferno e eu criei o inferno aqui” - afirma o comandante de um campo de extermínio nazista.

Paraíso é um filme russo-germânico, dirigido por Andrei Konchalovisky, que bota o dedo na ferida do Holocausto.

O discurso de Hitler de criar um paraíso para a “raça pura ariana” contagia até um aristocrata alemão que ingressa na SS, tropa de elite nazista, e vira homem de confiança de Himmler.

Sua missão é fiscalizar a corrupção dos comandantes e oficiais nazistas nos campos de extermínio.

Por esses acasos da vida encontra sua paixão de um verão na Toscana, uma aristocrata russa, prisioneira de um dos campos da morte, condenada por ter escondido dois meninos judeus em Paris.

Na França ocupada pelas tropas alemãs há colaboradores e resistentes que se enfrentam.

Os colaboracionistas franceses cumprem rigorosamente as leis antissemitas dos nazistas e são os responsáveis pela prisão da russa.

Ocorrem cenas fortes da luta pela sobrevivência das prisioneiras que, por exemplo, podem até matar por um maço de cigarros.

“Paraíso” é um filme feito para tocar a consciência de todos os seus espectadores.

O filme capta bem a mentalidade dos nazistas e, também, de suas vítimas.

Em tempos de retorno de grupos e governos apoiados por neonazistas espalhados mundo a fora, “Paraíso”, mais que uma advertência sobre essa ameaça perversa é uma radiografia da peste emocional que contagia os nazistas.

Assistimos uma guerra na Europa por causa desta ideologia que muitos consideravam morta e sepultada.

A tentação totalitária é forte e os partidários do neonazismo ucraniano se deixaram arrastar por ela.

Com a derrota nazista já assegurada as provas dos crimes contra a humanidade foram queimadas, mas a obsessão pela “solução final” prosseguiu.

Parece que não terminou...

 


 

 Porto Alegre, 7 de março de 2022.

Imagem: cena do filme, Google

Edu Cezimbra

 

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