Atire a primeira pedra quem já não sofreu uma recaída.
As recaídas, como todos sabemos, podem ser de vários níveis.
Pequenas. Por exemplo, recair na escuta de músicas tradicionalistas, na "Semana Farroupilha".
Médias, quando se volta a assistir jogos da série B.
E temos as grandes, quando depois de muitos anos se recomeça a acompanhar o horário eleitoral.
A minha dúvida é se as recaídas não levam às regressões...
Aquela vontade repentina de se reencontrar amigos de infância, antigas namoradas, o retorno à querência deveriam acender a luz vermelha de perigo de recaídas.
Fico pensando nas pessoas com saudades da ditadura militar e me dá dó.
Gente que fica celebrando a "educação" que recebeu dos pais à base de palmadas e puxões de orelha.
Há quem recorde com um prazer masoquista as professoras que humilhavam seus alunos diante da classe.
Desconfio que estas recaídas, ou pior, regressões, ocorrem quando a pessoa chegou no fundo do poço...
Observem que sempre tem alguém para puxar ainda mais para baixo.
A mim não puxam...
Vou logo mudando de canal, escutando Chucho Valdés, assistindo a Libertadores ou rindo com o Porta dos Fundos.
Enfim, entendamos, recaída é coisa de quem não tem opção.
Porto Alegre, 6 de setembro de 2022.
Imagem:The Wall, Google
Edu Cezimbra
Tendemos a dourar a pílula do passado, não é mesmo? Valorizando o que aconteceu de bom e esquecendo dores e sofrimentos. Importante ficar atento: não "fugir" das agruras atuais em um tempo que já não existe mais e que, geralmente, foi maquiado por nossa memória. Melhor canalizar as energias desfrutando as alegrias do agora. Parabéns pela iniciativa! Espero que cumpra sempre com alegria e leveza o desafio que se fez!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário que amplia o meu pequeno texto. Bom saber que foi lido por pessoa sensível e inteligente. Abraço
ResponderExcluirEu que agradeço a gentileza, Eduardo. Comecei a te acompanhar pelo Linkedin e acabei vindo parar aqui com grata surpresa. É uma das vantagens da rede, penso, conectar afinidades e horizontes de expectativas semelhantes de pessoas tão distantes fisicamente. Tem sido instigante acompanhar suas reflexões e seu bom gosto para as artes. Repito: que cumpra sempre com alegria e leveza o desafio que se colocou! Abraço fraterno, K.
ResponderExcluirObrigado mais uma vez, Keyla. Abraço fraterno, Edu.
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