“Alguém já disse que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas: quem não tem princípios morais costuma se enrolar em uma bandeira, e os bastardos sempre se reportam à pureza da sua raça. A identidade nacional é o último recurso dos deserdados. Muito bem, o senso de identidade se baseia no ódio, no ódio por quem não é idêntico."
Umberto Eco, no seu livro "O Cemitério de Praga", coloca essas ácidas reflexões como pensamentos de um personagem tão canalha quanto os "patriotas".
Tão sem princípios morais quanto os que se enrolam na bandeira nacional.
Deserdado por não ter noção do que seja uma autêntica e salutar identidade nacional baseada na inclusão e na igualdade.
Para tal personagem nefasto é o ódio irracional e ideológico aos judeus o que criaria uma identidade nacional...
Como constatamos com essa leitura de "O Cemitério de Praga", Umberto Eco recua no tempo para demonstrar o quanto algumas palavras e símbolos funcionam para mobilizar o ódio de uma população, tal qual ocorreu na Alemanha nazista de Hitler, de triste memória.
A prescrição maquiavélica do inescrupuloso personagem diz tudo sobre a condição de uma população suscetível a esse tipo de perversa manipulação política e ideológica:
Que excelente postagem. Muito bem colocado . A tua reflexão sobre o texto de Umberto Eco foi fatal. Vou ler o livro.
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