Pode apostar: Stanley Kubrick foi um assíduo frequentador da National Gallery de Londres.
Digo mais, suas tomadas panorâmicas do filme "Barry Lyndon" bem que poderiam estar nas galerias do museu londrino.
Não bastasse isso o filme é indiscutivelmente uma obra-prima do cinema mundial.
Um longa-metragem com mais de 3h, que envolva a época, guerras, costumes e valores do século XVIII exige muito engenho e arte para se tornar fascinante ao espectador.
Digno de nota o modo como o narrador vai antecipando os passos de Barry para se tornar um Lyndon.
Explico. Barry é um jovem pobre e irlandês que se joga de cabeça no mundo e, por capricho do destino, consegue a sonhada ascensão social.
Se o filme exalta os valores conservadores da época cabe ao espectador julgar.
O que transparece é que subir na vida, na Inglaterra monarquista, é questão de método.
Já a queda é questão de temperamento...
Kubrick não deixa dúvidas de que Barry se faz um Lyndon sem saber "administrar" seu novo "status quo".
"Barry Lyndon" retrata bem a nobreza decadente e parasitária que até hoje sobrevive na Inglaterra.
Porto Alegre, 11 de março de 2023.
Imagem:cena do filme, Google
Edu Cezimbra
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