A fogueira na noite acende a lembrança de nossos ancestrais. Foto: Francisco D. Cezimbra |
Imagine-se em plena noite, no meio do mato, ouvindo o fogo nos contar histórias de antigos assentamentos humanos em que se juntavam os cachorros que se aproximavam do grupo em busca de comida. Cães de guarda que possibilitavam aos humanos entabular suas primeiras conversas, talvez imitando as línguas de fogo.
O cachorro e a fogueira, juntos, como companheiros inseparáveis da humanidade em contínuo aprendizado através da observação e da escuta atentas.
O poder hipnótico do fogo é grande...As chamas fazem a lenha crepitar e os sentidos prosseguem atentos às labaredas e fagulhas que evoluem em uma dança imemorial.
As fagulhas sobem ao céu e aparecem as estrelas entre as ramagens das árvores, parece até que as fagulhas se transformaram em estrelas...
Nada iguala sentar em roda de uma fogueira ao ar livre com um céu estrelado e aspirando o ar fresco da noite sem os ruídos da cidade grande.
E vai tardando a hora de se recolher para dentro de casa pois tudo é muito envolvente quando se está com pessoas que se ama, conversando sobre o dia, os filhos e netos.
Projetos são esboçados ao acaso, sonhadoramente, sempre lembrando pessoas amigas para compartilhar desses momentos eternos.
Enfim, quando as chamas vão se apagando e as cinzas aparecem é hora de nos darmos conta de nossa finitude com o conforto de sabermos que a vida não foi em vão para quem ama intensamente feito uma chama...
Edu Cezimbra, primavera de 2015.
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