segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Pelotas, de Lobo da Costa


PELOTAS

Subamos este píncaro,
onde o sol verte raios de matinal rubor,
onde as abelhas zumbem no leque das palmeiras,
ao trêmulo ruído do velho lenhador.

O que vês em distância?
D'aqui, vejo Pelotas,
a lúcida princesa "A Castelã do Sul",
cobre-lhe a clâmide d'oiro das criações ignotas,
nada-lhe o olhar de fogo no firmamento azul!

E além... Mais longe... não sentes sobre o cerro,
o barulhar insano das ânsias do vapor?
Silêncio, meu irmão! Silêncio... É o trem de ferro,
que vai levar ao longe o pão do agricultor.

 E ali, que ninho é esse cercado de crianças?
Colméia auri-sagrada que sinto tumultuar?
Poeta, escuta bem...É o ninho de esperanças,
o pomo prometido... A escola popular!

 Desçamos, minha irmã, a evolução me espanta,
assombra-me o prestígio do dia de amanhã!
Morrer, morrer, que importa... Se tudo aqui me encanta,
Se estou no teu regaço, Terra de Canaan!

LOBO DA COSTA

A placa de bronze encontra-se na fachada da Biblioteca de Pelotas como homenagem ao poeta pelotense no centenário de sua morte.



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