Hoje,
(terça, 02/02/16) Breuil-Cervinia, nos Alpes italianos, estação de esqui com
altitude de 2050 m, na fronteira alpina com a estação suíça de Zermatt, do
outro lado da montanha Matterhorn Cervino (4478 m) símbolo da região autônoma do Vale
d’Aosta.
Escuto uma música inglesa de um cd do meu filho (estou sem internet) mas com
vista das montanhas nevadas dos dois lados do apartamento.
Vejo as
cadeiras alaranjadas do “lift” subirem e
descerem a montanha, sem parar...
A água para
o mate é aquecida em uma jarra elétrica com água da montanha e o chimarrão
gaúcho tem um sabor “tri especial”!
O dia está
ensolarado e o sol ilumina a montanha...
Hoje
(quarta, 03/02/16) caiu muita neve e da sacada do prédio onde estou posso
pegar flocos de diferentes tamanhos e
sentir a sua delicadeza etérea. Não parecem flocos de algodão como alguns
querem, mas diminutos cristais refinados.
A neve que
caía suave foi aumentando e os ventos criaram redemoinhos de neve dando uma
ideia do que pode ser uma tempestade de neve. As cadeiras do lift pararam de circular e a noite é de
recolhimento em Cervinia.
Tive uma aula de esqui (sci, em italiano),
hoje. Foi cansativo, mas bem desafiador para sair da zona de conforto, mas
confesso que o grande momento foi quando tiramos as botas apertadas de esquiar,
que obrigam a andar inclinados para frente pisando nos calcanhares...
Amanhece em
Cervinia (quinta, 04/02/16), após a forte nevasca de ontem. Os tratores com
suas luzes piscantes removem a neve acumulada nas pistas e estradas confundindo
o ronco dos seus motores com o ronco do vento.
A neve
branca com o nascer do sol vai adquirindo tons róseos refletindo a tonalidade
das nuvens e os altos picos das montanhas parecem pequenos faróis nas alturas.
O vento
forte provoca redemoinhos de neve com a neve acumulada nas encostas das
montanhas (sensação térmica de -19º) .
Conhecemos
um brasileiro de nome Alex, de Bombinhas, Santa Catarina, casado com uma russa.
Contou-nos que vive há dois anos em
Cervinia, e que tentou a sorte com um restaurante em Bombinhas, mas desistiu
por causa do aluguel alto. Deu a dica de uma outra estação de esqui que reputou
como ainda melhor que a que estamos: Dolomiti, com o cuidado de não ser ouvido
pelo motorista do micro-ônibus...
Valtournenche
é uma comunidade também pertencente a região autônoma de Aosta que vistamos por
volta do meio-dia, encantadora cidadezinha, tipicamente alpina, quase que
deserta nesta hora (hora da sesta, sagrada nesta parte alta do mundo). Tem uma
estação de esqui também, em que muitos foram esquiar por causa dos fortes
ventos nas pistas de Cervinia.
Era dia de
encontrar latino-americanos; no ônibus para Valtournenche falamos com Leandro,
um argentino, também casado com uma europeia, desta vez uma sueca. Estava lendo
um livro intitulado a “A Guerra Gaucha”, um romance épico, do argentino Leopoldo Lugones e
que permitiu identifica-lo. Trabalha em um “bàita” no alto da montanha, espécie
de albergue que fornece alimentos e bebidas quentes para os esquiadores. Busca
os mantimentos de moto-esqui e que é um trabalho difícil...
Também reencontramos
o nosso “velho” amigo do 2º dia nos Alpes, Achille, o motorista dos ônibus que
fazem a ligação entre os vários pontos das estações, também casado com uma
brasileira de Minas e que por isso arranha um “portuliano”, muito bem-humorado,
brincando com os passageiros e que me permitiu identificá-lo na primeira vez
que nos conhecemos quando fez referência ao Brasil.
Pretendo
prosseguir fazendo estas anotações em forma de diário para postar neste blog.
Aguardem-me!
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