sexta-feira, 18 de maio de 2018

Vida e morte sem glórias


“Um homem sem coragem de viver não tem coragem para morrer.”

A frase lapidar foi proferida por um covarde capitão de infantaria em um antigo filme de guerra.

Sou tentado a dizer: “é na guerra que se conhecem os homens”...mas direi que é na guerra que os homens assumem seus mais entranhados medos.

Medos desentranhados pela iminência da morte; no caso do capitão cercado por tropas blindadas alemãs.

Sabemos que em tempos sem guerras declaradas (não ouso falar em tempos de paz por estes dias) o medo e seus efeitos não são tão escancarados quanto em pleno combate. Ou são?

Vamos admitir que aí o medo da morte é negado… embora seja explicitado na forma de suicídios inconscientes tais como os vícios e as atitudes imprudentes como o culto à alta velocidade e às armas de fogo.

“Papo de homem” se quiserem: “o meu carro do ano alcança cem quilômetros em trinta segundos ou minha pistola automática calibre 7.6 mm tem um alcance de cem metros”…

Ultimamente tivemos um bate-boca interessante sob o ponto de vista psicanalítico entre um norte-americano e um coreano: “ o meu míssil é maior que o teu”…

Até parece que o medo maior do homem é ter o pênis pequeno - ou brochar… o que nesse caso equivale a morrer mesmo.


Aliás, o título do filme em português é “Morte Sem Glória” (Attak), de 1956, com Jack Palance e Lee Marvin, um bom filme, diga-se.

Nome que dá mote para uma glosa: “toda morte é sem glória quando não se sente a glória da vida”...

Porto Alegre, 18 de maio de 2018.
Imagem: cena e cartaz  do filme
Edu Cezimbra

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